segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

"Imagens Grotesca"

Com pouco tempo de blog já posso perceber que ter uma coisa dessas (blog) não é piece of cake (fácil), em primeiro lugar tenho que tentar escrever tudo em português (tudo bem, eu sei que isso soa pretensioso) e por esse motivo mesmo estou achando certa dificuldade, porque não sou um gênio quando se trata de escrever. Em segundo lugar encontro outra dificuldade quando penso no blog: um assunto. Sim, é difícil pensar no que escrever em um blog onde outras pessoas possam ler se interessar além de mim. Falar da minha vida estúpida e das porcarias que eu ando fazendo? Soa mais pretensioso que palavras em inglês no meio de uma frase, até porque ninguém gosta de pessoas que pensam que tudo que elas fazem é interessante (aaaaaaaaaaa). Não sou nem quero ser melhor que ninguém e acima de tudo quero com essa experiência aprender coisas e também que as pessoas que lêem também aprendam algo. Ou seja, quero passar alguma informação ou falar de algum assunto que eu achei interessante e me chamou a atenção. Pronto, vamos começar por aí.
Então pensei em algo que tenha me chamado a atenção, e lembrei de um fotógrafo que me foi introduzido por uma professora em certa aula durante minha graduação (sem citar nomes, por favor), a  princípio a professora disse que ia nos mostrar "imagens grotesca" (talvez por isso eu lembre até hoje) e falou também que se alguém tivesse algum problema com "imagens grotesca" podia sair da sala. Ok, eu sou grotesco então fiquei, até porque quando a pessoa faz uma propaganda tão grande ninguém quer perder, por mais que não goste de "imagens grotesca".
As "imagens grotesca" em questão eram de um fotógrafo chamado Joel-Peter Witkin, e posso dizer que realmente eram "grotesca". Ele trabalha com temas sombrios e suas fotografias em sua maioria trazem cadáveres (as vezes partes de corpos) e as temáticas geralmente são releituras de passagens bíblicas ou pinturas clássicas, além dos cadáveres o fotógrafo gosta muito de usar como modelos para suas fotografias anões, transexuais, hermafroditas e pessoas com deformações corporais. Nascido em 1939 trabalhou como fotógrafo entre 1961 e 1964 na Guerra do Vietnã fazendo registro de pessoas mortas ou injuriadas pela guerra, após a guerra ele se graduou em artes com ênfase em escultura e posteriormente ele concluiu mestrado em Artes na Universidade do Novo México.
Apesar do estilo de fotografia dele ser um tanto perturbador eu gosto de algumas releituras que ele fez de alguns quadros, como no exemplo abaixo. Para a obtenção da fotografia ele utiliza um daguerreótipo, que é um invento da década de 30 onde não é necessário um negativo para a obtenção da imagem. Na minha opinião isso que torna o trabalho do artista mais interessante, porque cria um ar de fantasia, que com a fotografia colorida não haveria possibilidade.

Las Meninas - Diego Velázquez
Releitura de Joel-Peter Witkin

Vou deixar para meus amigos e amigas graduados em artes comentarem o que acham do trabalho dele, até porque vocês tem mais conhecimento na área.

Espero que tenham gostado.
See all of you soon ;)

3 comentários:

  1. Eu não conheço esse fotografo ainda, mas gostei dessa releitura de Velasquez =D
    Aliás, esse quadro ja teve releituras de tantos genios da arte que um a mais, um a menos, por mais polemico (e grotesco) que seja não fará tanta diferença, não é? rsrs
    Ja viu a releitura de Picasso pra esse mesmo quadro?

    beijocas

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  2. Me considero uma "amiga formada em artes", então me achei quase na obrigação de comentar sobre teu post. Apesar de tu dizer que odeia artes, e que não entende nada de arte contemporânea, tu ter colocado esse assunto no teu blog é muito legal. Sei que tu gosta de arte (afinal, tu é um designer, tu usa dos princípios básicos da arte pro teu trabalho) e eu acho que tu tenta entender ela de alguma maneira sim. Nós todos tentamos. Eu estudo artes e talvez eu não saiba o que é arte, talvez eu estude a vida toda e nunca saiba. Ou não. Mas o assunto não é esse... o trabalho desse Joel-Peter é realmente muito bom. Eu falo isso por que considero a data que as obras foram feitas, a trajetória do artista (ter sido fotógrafo durante a guerra nao deve ter sido fácil), e o contexto que a obra se insere. Vejo uma ironia no ar, um tom meio sarcástico e mórbido, de uma pessoa que realmente entende do que está falando. Ele traz assuntos que causam um estranhamento, o corpo humano é o principal. Não tenho muito o que comentar, gostei mesmo é de ficar olhando pra imagem e imaginar mil coisas que possam estar nas entrelinhas, no olhar desse artista...
    Beijo!

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  3. Estás sendo humilde, pois se expressa super bem. Não vejo problemas em usar termos estrangeiros em blogs, na verdade ainda não há regras nesse território! Mas uma dica que costumo dar é que você precisa gostar do que escreve. Talvez isso um dia possa vir a ser algo sério, remunerado, e talvez tenha que vir a escrever sobre coisas fora do seu interesse (chatas), mas até lá escreva para você e estará fazendo bem! Grande beijo!

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